terça-feira, 16 de junho de 2009

Borro no papel lembrado

A chuva cai no papel que estava roto por ter sido colado ao outro. O papel cada vez mais transparente sobre o chão de calcário. As linhas sumindo, desaparecendo. Por conta a chuva fura o papel tamanho é a força da gota. Bate, se espalha, mas não se divide, pois é uma composição, uma harmonia, espalham-se várias mesmas. O papel, coitado, molhado, dividido, decomposto. Meu papel de recado, meu lembrete, meu único papel de memória de um dia me ver amado. Jogado fora, borrado.

http://www.youtube.com/watch?v=ABpvdszxtbI

2 comentários:

  1. Essa "cena" descrita aí me traz algumas boas lembranças bixo, mas momentos de solidão! Denso e tenso!

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