sábado, 20 de junho de 2009

Risco

Pronfundamente esculpindo uma casca que por dentro, o movimento das sequelas do triunfo da dor-alergria-dor não param de tentar destruí-la, o risco literalmente da vida. Ainda casca, pode ser seguro para os ossos para a derme para o viver. Ainda casca, pode ser perigosa o bastante para a composição do ser. Depois de destruída só a terra para compô-la adubo fértil. Sabendo que casca não protege, não como terra. Morte. Ai, que perigo o risco de viver aqui bem aqui, com casca ou sem casca. Invólucro de viver.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Pulmão Maculado

Absorto da paciência ele estava. Gritar bater xingar? não sabia se poderia dizer. O sanduíche de patê na mão o cigarro na mão da outra os fluídos trocados, eram iguais! Cigarro e sanduíche? Não! não não. Lágrimas e dor. Para quê sanduíche, então? Cigarro, até entenderia, gentileza de um amigo, não sabia o que fazer só prestar gentilezas. E... o sanduíche mesmo? Ah! à fome mesmo, talvez o buraco estava aberto o poço mais fundo o sanduíche à boca meio insosso, mas, um sanduíche preparado para o buraco. As lágrimas não trabalhadas para a terra ainda caiam jorradas para a pele. A outra ainda amiga sentia desejo de fumar mais... o pulmão?... maculado. O rapaz esvaziado.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Borro no papel lembrado

A chuva cai no papel que estava roto por ter sido colado ao outro. O papel cada vez mais transparente sobre o chão de calcário. As linhas sumindo, desaparecendo. Por conta a chuva fura o papel tamanho é a força da gota. Bate, se espalha, mas não se divide, pois é uma composição, uma harmonia, espalham-se várias mesmas. O papel, coitado, molhado, dividido, decomposto. Meu papel de recado, meu lembrete, meu único papel de memória de um dia me ver amado. Jogado fora, borrado.

http://www.youtube.com/watch?v=ABpvdszxtbI

segunda-feira, 15 de junho de 2009

À Maria tia nega

Ê Maria trabalhadeira, arrumadeira, doceira! Maria disse que podia ser Maria para as suas negas. Podia o quê, Maria? suas negas perguntavam. Podia ser de Maria a mania de chamar as negas para o trabalho de ser Maria. Mas a preguiça, Maria? Maria preguiça? Cabe preguiça de Maria? Negas pensadeiras, caseiras, comodadeiras. A preguiça de Maria é trabalhar com as negas. Uma vez Maria se viu preguiçosa, no dia em que as negas disseram que podiam. Negas reclamaram: com Maria podemos, o quê?! não sabemos!, mas como Maria faremos.

Pensamento do Eu

Quem sou eu senão um pensamento que diz acerca de mim mesmo, vegetativo, munido de forças que confundem o meu viver, nada mais que uma batalha com aquele que se perdeu, se esmiuçou a tempos... Tempos decisivos, corridos para alcançar o êxtase de experimentar cada momento construído no que sou, um pensamento. Aí, os outros são outros pensamentos que entram, que mudam, que afundam, mas não se afogam n'água de poço, paredes sem mofos, longe de ser o fim do poço, talvez o meio, não o fim. Eles se gostam, se falseiam, dizendo que amam seus calacanhares. Ainda com colares mostram que podem nadar no poço, mas grudados estão aos calcanhares d'outros. Na hora certa, a hora dos rapazes, dos algozes, dos falos tenazes, respirando sensualidade, beijam com as mãos nos calcanhares. Daí, já era o pensamento. Agora, talvez, o firmamento.